Falta de abastecimento de água leva ao encerramento temporário de um hotel na ilha Brava

A falta de infraestrutura e a incapacidade da empresa Aguabrava de garantir um fornecimento regular de água continuam a ser uma constante, e a família viu-se forçada a cancelar reservas de clientes e, pela primeira vez, a encerrar o hotel temporariamente. A razão? O único camião auto-tanque responsável pelo fornecimento de água à ilha está danificado, sem previsão de conserto rápido. A falta de soluções imediatas e a falta de empatia da empresa responsável são um reflexo da negligência e do abandono que os moradores da ilha enfrentam diariamente.

“Em que condições e com que garantias deve um investidor fazer investimentos aqui?”, questiona o proprietário do hotel.

As deficiências nos transportes entre ilhas, os serviços básicos como a saúde, a água e a eletricidade, e a desigualdade social crescente são questões que parecem ser ignoradas pelas autoridades.

A história dessa família é, portanto, um reflexo de um problema mais amplo enfrentado por muitos habitantes da Ilha Brava e de Cabo Verde em geral. A falta de soluções sustentáveis e a falta de apoio eficaz das autoridades estão criando uma situação insustentável, em que os moradores se veem cada vez mais isolados e frustrados. “Decidimos viver aqui por amor à Ilha Brava, mas depois de vinte anos de abandono e descuido por parte das autoridades, estamos fartos e enojados. Cada problema que enfrentamos é repetido de forma mais agressiva todos os dias”, afirma Giandinoto.

A empresa responsável pela distribuição de água, a Aguabrava, não conseguiu garantir o abastecimento constante e adequado, o que forçou a família a tomar medidas drásticas.

“Tivemos que comprar água várias vezes através de carros particulares, com prejuízos econômicos incalculáveis. E a empresa nunca se preocupou nem demonstrou qualquer empatia”, relata o responsável pelo hotel. “Esse problema de escassez de água tornou-se um fardo diário, prejudicando tanto o negócio quanto a qualidade de vida dos seus proprietários”.

Esse ciclo de problemas contínuos têm afectado não apenas a economia local, mas também a saúde mental e emocional dos habitantes. O stress causado pela constante preocupação com as questões básicas da vida, como o abastecimento de água, tem gerado sérios problemas de saúde entre os moradores.

A pergunta que fica no ar é: “É humanamente possível continuar vivendo dessa forma? É sustentável?”

A luta de uma família e dos habitantes da Ilha Brava continua, mas o tempo está se esgotando. Sem uma resposta rápida e eficaz das autoridades competentes, a Ilha Brava corre o risco de perder o que a torna única: a sua comunidade, a sua cultura e o seu potencial para prosperar.

fonte: https://www.brava.news/

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